Paralisação dos médicos é uma luta pela atualização profissional e humanização da medicina, afirma Sandra Franco

Médicos suspenderam no último dia 21 de setembro o atendimento aos beneficiários de planos de saúde em 23 estados e no Distrito Federal. A paralisação vai durar 24 horas e, nesse período, apenas o atendimento a urgências e emergências será mantido. Os clientes afetados poderão remarcar as consultas. Na visão da presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde e membro efetivo da Comissão de Direito da Saúde e Responsabilidade Médico Hospitalar da OAB/SP, Sandra Franco, os médicos continuam a realizar paralisações – organizadas e previamente divulgadas – no atendimento aos usuários porque as operadoras não se propõem à negociação dos honorários praticados.

“A firmeza dos profissionais é um pedido de conscientização dos usuários acerca dos prejuízos imediatos, caso se continue com a prática de o médico apenas alcançar um montante mensal necessário ao pagamento de suas contas e sustento familiar. Atualmente, diminui-se o tempo de cada consulta em detrimento da qualidade. Não é correto. O médico que recebe apenas para sobreviver deixar de atualizar-se, como se exige na prática de sua profissão”, explica.

A atualização médica, segundo Sandra Franco, é um investimento que visa principalmente o bem do paciente. “Todos os pacientes desejam que seus médicos estejam atualizados quanto às práticas mais modernas, de ponta tecnológica. Todos os pacientes desejam serrem ouvidos em suas queixas. E as aspirações dos pacientes coincidem com a dos médicos, mas, na prática, não podem ser atendidas”, diz.

A consultora jurídica da SFranco Consultoria afirma que a reivindicação dos médicos – que já se arrasta há anos – por honorários adequados à Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos não beneficia somente a categoria. “É um meio de buscar a dignidade profissional para o médico e a tão desejada humanização da medicina para os pacientes”, ressalta.

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