Conselho de Medicina fiscaliza Pronto-Socorro Central de Bauru

*Fonte:JCNET.com.br

Denúncias de médicos que atuam no Pronto-Socorro Central (PSC) levaram duas profissionais do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) a fiscalizar a unidade na tarde dessa quarta-feira (25). Carlos Alberto Monte Gobbo, representante do órgão em Bauru, afirma que um relatório ainda será produzido, mas adiantou a constatação de uma série de irregularidades.

O conselheiro conta ainda que a inciativa será ampliada e as fiscais devem voltar de São Paulo para averiguar também as condições das quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que integram a rede municipal de urgência e emergência.

“Não tenho detalhes sobre o trabalho realizado, mas esse relatório deve ficar pronto brevemente. Inicialmente, os profissionais que nos apresentaram as denúncias apontaram más condições e sobrecarga de trabalho, além do déficit de plantonistas no Pronto-Socorro”, pontua Gobbo.

Ele relata que, durante a atividade, as fiscais lhe contatar, sugerindo que o Ministério Público fosse acionado para acompanhá-las diante do quão ruim seria o cenário encontrasse.

“Sugeri que elas terminassem a fiscalização e, posteriormente, remetessem o relatório à Promotoria Pública. Alguns trabalhos desse tipo realmente são feitos em conjunto, mas acredito que não seria o caso”, afirma o conselheiro.

RESISTÊNCIA

As fiscais também ligaram para Gobbo, relatando dificuldades e resistência de servidores para a realização do trabalho.

“Avisei que a fiscalização do conselho é respaldada por lei e aconteceria nem que a polícia fosse chamada para acompanhar. No entanto, eles corrigiram a situação rapidamente”, frisa o representante do Cremesp.

DIRETOR NEGA

Diretor do Departamento de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz Antonio Bertozo Sabbag negou que as fiscais tenham enfrentado dificuldades para atuar no Pronto-Socorro.

“Aconteceu que elas queriam fazer algumas fotos e os funcionários avisaram que seria necessária a autorização de superiores, o que ocorreu prontamente”, alegou.

ROTINEIRA

Sabbag afirmou ainda que, apesar das denúncias de médicos da rede municipal, as fiscalizações do Cremesp em unidades de saúde já ocorrem rotineiramente, pelo menos uma vez ao ano. “Não só nos prédios da prefeitura, mas também nos hospitais da cidade. É algo comum”. Ele afirma ainda que, no que se refere ao déficit de plantonistas, as fiscais do Cremesp não constataram o problema in loco, já que as escalas estavam devidamente preenchidas na quarta-feira.

SEM RESPONSABILIDADE

O diretor da Urgência e Emergência reconhece a existência de problemas, como o grande número de pacientes esperando a liberação de leitos hospitalares. No fim da tarde dessa quarta (25), eram 29 em toda a rede municipal. “Mas isso não depende da gente, é de regulação do Estado”. Por outro lado, Sabbag reconhece os problemas estruturais do prédio, que, há anos, espera por obras de reforma e adequação. “Só que esse problema todo mundo sabe que existe há muito tempo”.

Aperto

Desde o início do mês, os médicos que atuam na rede de urgência e emergência estão proibidos de cumprir plantões extras, quando a remuneração decorrente deles fazer com que a remuneração dos profissionais supere o salário do prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB).

A medida foi tomada em função da necessidade de contenção de despesas com horas extras, associada a consecutivos apontamentos contrários do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aos super-salários.

O Pronto Atendimento Infantil (PAI) vem sendo a unidade mais afetada pela falta de profissionais disponíveis. Nas últimas semanas, no entanto, também foram registrados problemas em algumas UPAs e no Samu, em função da falta de médicos.

As escalas de outros profissionais, como os dos setores de enfermagem, também foram reduzidas na rede de urgência e emergência.

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