Obra de hospital que pode atender seis cidades está parada há 15 anos

*Fonte:G1

As obras de um hospital em Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal, estão paradas há 15 anos por causa de uma questão judicial. Os moradores da região reclamam que há descaso com a saúde pública. A unidade tem 6.600 m² e pode atender 800 mil pessoas de seis cidades da região, já que tem quase 100 leitos, banco de leite, hemocentro e seria equipado para fazer exames e cirurgias complexas.

O governo estadual encerrou o contrato alegando que faltava documentação da empresa, no entanto a construtora garante que tem as certidões e que precisa receber uma quantia do poder público e a discussão foi parar na Justiça.

O Ministério da Saúde informou que já enviou R$ 17 milhões para a realização da obra. Deste valor, R$ 10 milhões estão bloqueados pela Justiça até que as partes resolvam a situação. O governo do estado pediu mais R$ 5 milhões para continuar a obra com os valores de mercado atualizado.

A desempregada Vagna Duarte dos Santos vive no município e contou que espera há quatro anos por uma cirurgia nas cordas vocais e sempre que precisa ir ao médico tem que viajar até Brasília. A moradora contou que fica indignada de ver a estrutura do que seria um hospital que poderia atendê-la.

“É ruim. Em uma construção dessa você vê tantos milhões investidos para estar dessa forma. tudo abandonado, tudo se acabando aos poucos. Me sinto enganada”, lamentou.

O também desempregado Jaylton Rocha disse que achava que o hospital melhoraria as condições dos moradores, mas ao ver a obra parada perde as esperanças. “Iria melhorar o bairro, iria trazer uma estrutura melhor, ia melhorar tudo, mas isso aí jogado assim dá até desanimo”, afirmou.

A secretária de saúde de Santo Antônio do Descoberto reconhece que a unidade faria grande diferença para o município. “Tudo poderia estar sendo resolvido, porque o hospital é grande, tem 100 leitos, tem UTI [Unidade de Terapia Intensiva], exames de imagens e a população está à mercê”, afirmou.

A cidade oferece serviço de saúde pelo Hospital Municipal Dom Luiz Fernando, mas a unidade não oferece atendimento para algumas especialidades e não realiza cirurgias e exames complexos.

Obra
A obra começou na administração de Moacir Machado (PSDB) na prefeitura da cidade. Cinco anos depois a obra foi paralisada por falta de pagamento e ficou assim por quase oito anos. A responsabilidade de continuar a construção passou para o governo do estado há cerca de dois anos, no mandado de Marconi Perillo (PSDB).

Oito meses depois da mudança, o governo de Goiás afirmou que a construtora não entregou certidões fiscal e trabalhista e rompeu o contrato com a empresa. “Se a empresa não apresenta esses documentos, o ordenador de despesas que pagar ou contratar essa empresa está sujeito a penalidades da lei. Vai ser processado com uma ação civil pública por improbidade administrativa”, alertou o secretário estadual de saúde Leonardo Vilela.

A construtora, no entanto, garantiu que está com a documentação em dia e que precisa receber do governo, como explicou o advogado da empresa Sergio Wanderley. “Nós estamos hoje com 13 meses de rescisão do contrato precisando receber e querendo entregar o canteiro”, afirmou.

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