Uso de terapia-alvo no combate ao câncer de estômago

*Fonte:Saúdeonline

As estatísticas mundiais apontam o câncer de estômago como a terceira causa de morte relacionada ao câncer no mundo. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Gomes da Silva – Inca, ocorreram mais de 20.000 novos casos em 2014, o que a coloca como a quinta neoplasia maligna de maior incidência, sendo a quinta causa de morte relacionada ao câncer.

Os tratamentos oncológicos evoluem e a Rede Mater Dei de Saúde acompanha e investe em terapias inovadoras que aumentam a expectativa de vida e as chances de remissão e de cura do câncer. A tendência é conduzir o tratamento especificamente às células doentes, chamado de terapia dirigida ao alvo ou, simplesmente, terapia alvo. Neste sentido, o uso de medicamentos com anticorpos monoclonais representa o principal avanço no tratamento do câncer de estômago, dos últimos anos. “Anticorpos monoclonais são macromoléculas sintetizadas em laboratório com o objetivo de inibir proteínas-chave na proliferação do tumor. Até o momento, foram elaborados anticorpos monoclonais voltados para a proteína HER2 (Trastuzumabe) e proteína VEGFR2 (Ramucirumabe), que são proteínas-chave na proliferação do câncer de estômago. Uma vez que estas proteínas são inibidas, o crescimento tumoral também fica suprimido”, explica o oncologista da Rede Mater Dei de Saúde, Alexandre Jácome.

Para o médico o reconhecimento de diferentes subtipos moleculares da doença abre enormes perspectivas no tratamento do câncer de estômago, e também merece destaque. “O câncer é uma doença heterogênea, e os avanços terapêuticos da doença somente têm sido possíveis com o reconhecimento desta heterogeneidade. Recentemente, foram descritos os subtipos distintos do câncer de estômago, o que permitirá maior individualização do tratamento e, consequentemente, melhores resultados clínicos”, esclarece o médico.

Todos os recursos necessários do diagnóstico até o tratamento do câncer de estômago estão disponíveis na Rede Mater Dei de Saúde para os pacientes. O oncologista Alexandre Jácome conta que “o diagnóstico da doença é realizado pela biópsia gástrica, por meio da Endoscopia Digestiva Alta e o tecido tumoral será analisado pelo Serviço de Patologia, podendo ser necessários estudos adicionais para a pesquisa de alvos terapêuticos”.

Para a realização de exames de estadiamento da doença, avaliação de metástases e reavaliações periódicas, a Rede Mater Dei de Saúde conta com os mais avançados equipamentos de Tomografia computadorizada, Ressonância Magnética e PET-CT. “Após a realização destes exames, será possível definir a presença de doença localizada ou avançada. Os pacientes com doença localizada serão submetidos à ampla remoção do tumor (gastrectomia + linfadenectomia), sendo que a maioria dos pacientes deve receber quimioterapia e/ou radioterapia em associação ao tratamento cirúrgico. Já os pacientes com doença avançada podem receber o tratamento cirúrgico, mas são tratados, predominantemente, com quimioterapia”, conta o médico.

O oncologista Alexandre Jácome e o coordenador do Centro de Oncologia da Rede Mater Dei de Saúde, Enaldo Melo de Limas, juntamente com outros autores, recentemente tiveram artigos publicados no World Journal of Gastroenterology, sobre o uso de anticorpos monoclonais no combate ao câncer de estomago. A intenção foi elaborar revisões sobre o tratamento sistêmico desse tipo de câncer, seus avanços e perspectivas. “Esta temática se justifica diante dos importantes estudos clínicos que foram realizados sobre o tratamento quimioterápico e radioterápico nos últimos anos, com a inclusão de anticorpos monoclonais no tratamento da doença. O reconhecimento de distintos subtipos moleculares da doença, por meio, de estudos genéticos merece enorme destaque, por abrir uma promissora perspectiva para o desenvolvimento de novas modalidades terapêuticas”, ressalta Alexandre.

Para Alexandre Jácome, o diagnóstico precoce ainda é o melhor caminho para o tratamento da doença e alerta que o paciente deve procurar avaliação médica diante de sintomas como: sensação de empachamento após as refeições, dor abdominal na boca do estômago, emagrecimento, náuseas e vômitos persistentes, vômitos com sangue, fezes muito escurecidas (semelhante à borra de café) e azia intensa.

O médico ainda dá dicas de como se prevenir do câncer de estômago. “Deve-se evitar alimentos ricos em sal e em nitrosaminas, que são substâncias encontradas em altas concentrações em alimentos defumados e churrascos, e no tabaco. O consumo de frutas, verduras e legumes deve ser estimulado, pois são alimentos que protegem o organismo da doença. Como o principal fator de risco para o câncer de estômago é a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, são fundamentais medidas de higiene no manuseio dos alimentos para evitar o contato com o microrganismo”, indica o médico.

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